O último post
E não é?! Chego ao fim nas comemorações satisfeito com a miscigenação artística e ansioso pra escrever por aqui. Desta feita com um post que atende à essa exaltação visto que comemoro, hoje, com Babi Soler, Hemisfério Norte e Rubens da Cunha, sendo que este último num texto meu.
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"Se as tuas mãos repousassem em mim eu as levaria para o inferno...
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... as mãos, a alma e o resto!"
... as mãos, a alma e o resto!"
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explosão
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para te dar
fico sem corpo,
fico sem mim.
meu intelecto pára
e minha generosidade
explode em você.
dou-te a minha essência,
o meu âmago.
dou-te a medula
da minha alma.
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Os Animais Dentro Dele
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“Ler é gestação. Esperar que se desvele o signo. Clarividência. Ver o mundo no texto, ver-se na inteireza do corpo. Ler é traduzir-se em palavra. Ir contra o barulho das televisões. Optar pelo silêncio. Quem lê compartilha a solidão de um escritor. Não o deixa abandonado.” Rubens da Cunha
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“Ler é gestação. Esperar que se desvele o signo. Clarividência. Ver o mundo no texto, ver-se na inteireza do corpo. Ler é traduzir-se em palavra. Ir contra o barulho das televisões. Optar pelo silêncio. Quem lê compartilha a solidão de um escritor. Não o deixa abandonado.” Rubens da Cunha
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Enquanto o e-book surge planando olhares falconídeos sobre um dos países que mais consomem tecnologia do mundo, veio-me às mãos o exemplar da fina intimidade com o leitor: um livro, de Rubens da Cunha. Um sujeito tímido do sul que se escancara em letras soltas e ágeis numa repetida necessidade. A necessidade dos átomos procurando existência.
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Um livro com página que às vezes era salmão, às vezes ácida, noutra hora escura ou úmida, mas sempre com autenticidade invejada. E nessa sublimação respirei lembranças, respostas, olhares, revoltas e espasmos de outrem mas, o que é a palavra escrita senão um seqüestro do outro?! E “Aço e Nada” se entrega, revela, conquista, completa, num universo com tanta gente tentando, inútil, “conseguir artificialmente algo que é absolutamente natural”: o singelo toque da letra que rouba seu tempo, sem rapapés.
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Dividido em quatro momentos, com crônicas todas imersas em maturidade e leveza poética, estão lá “Os Animais Dentro” pra refletir o estar humano quanto menos pode se distanciar de ser animal onipresente “naquilo que o termo traz de ingênuo e melancólico”. Impossível não se encantar já de cara com a primeira cena pitoresca em uma crônica, homófona a tantas outras do livro em relação à sensibilidade, quando o menino Miguel se vai embora, de carona com o vento. Pra quê aço?!
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O li, quase que inteiramente, hipnotizado pela dedicatória, depois fui absorto no cheiro delicado da brisa no sul do país. E assim vai te roubando o tempo, sem pedir licença, nos textos de concreto armado em “Olho Vigiador”, um espaço dedicado à observação urbana da mais fina sensibilidade. Termino de ler e tenho vontade de ir correndo ao centro da cidade, num domingo pela manhã. Pra ver cimento... e aço!
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Tentei uma leitura de “O Corpo da Gratidão”, terceiro momento do livro, sem ler os títulos das crônicas e descobri o livro todo, numa conexão só, forjando a fantástica descrição do real a ponto de fazê-lo duvidar quanto à veracidade. É um livro com o cheiro do papel Pólen Soft embriagando minha alma numa letra rápida e experimentando o vocabulário agradável. Um livro feito coletânea, mas tão intertextualizado que imperceptível mutação.
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Até pode pipocar aos sopros o e-book, mas quando puder receber um livro em minha casa com dedicatória, temperatura, aroma, superfície e brochura, com certeza vão me dobrar pequeno, em minudência que afaga o ingênuo e destitui a arrogância. Afinal, assim como o leitor rouba a alma do escritor, esse não luta, pelo simples “poder de ser escritor. Apesar de fajuto, é um poder”. E assim “O Morador das Palavras”, embevecido em prosa, acaba se entregando prostituído na degustação do íntimo exposto com genialidade. Por quase nada!
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Agora “Aço e Nada” vai parar numa prateleira de minha minibiblioteca, esquecido entre livros metódicos, de metodologia, metalingüisticos ou metafísicos. No entanto, a sedutora atmosfera sulista, as curvas concretas de Joinville, o vento glorificado, as escolhas e palavras resgatadas, tudo. Tudo vai ficar. Tudo perfeitamente petrificado em “olhares sobre o mundo” que, agora, também são meus.
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“Aço e Nada”, Rubens da Cunha – Design Editora, 14x21 cm, 176 páginas.
encomenda especial: rubens712003@yahoo.com.br
Enquanto o e-book surge planando olhares falconídeos sobre um dos países que mais consomem tecnologia do mundo, veio-me às mãos o exemplar da fina intimidade com o leitor: um livro, de Rubens da Cunha. Um sujeito tímido do sul que se escancara em letras soltas e ágeis numa repetida necessidade. A necessidade dos átomos procurando existência.
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Um livro com página que às vezes era salmão, às vezes ácida, noutra hora escura ou úmida, mas sempre com autenticidade invejada. E nessa sublimação respirei lembranças, respostas, olhares, revoltas e espasmos de outrem mas, o que é a palavra escrita senão um seqüestro do outro?! E “Aço e Nada” se entrega, revela, conquista, completa, num universo com tanta gente tentando, inútil, “conseguir artificialmente algo que é absolutamente natural”: o singelo toque da letra que rouba seu tempo, sem rapapés.
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Dividido em quatro momentos, com crônicas todas imersas em maturidade e leveza poética, estão lá “Os Animais Dentro” pra refletir o estar humano quanto menos pode se distanciar de ser animal onipresente “naquilo que o termo traz de ingênuo e melancólico”. Impossível não se encantar já de cara com a primeira cena pitoresca em uma crônica, homófona a tantas outras do livro em relação à sensibilidade, quando o menino Miguel se vai embora, de carona com o vento. Pra quê aço?!
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O li, quase que inteiramente, hipnotizado pela dedicatória, depois fui absorto no cheiro delicado da brisa no sul do país. E assim vai te roubando o tempo, sem pedir licença, nos textos de concreto armado em “Olho Vigiador”, um espaço dedicado à observação urbana da mais fina sensibilidade. Termino de ler e tenho vontade de ir correndo ao centro da cidade, num domingo pela manhã. Pra ver cimento... e aço!
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Tentei uma leitura de “O Corpo da Gratidão”, terceiro momento do livro, sem ler os títulos das crônicas e descobri o livro todo, numa conexão só, forjando a fantástica descrição do real a ponto de fazê-lo duvidar quanto à veracidade. É um livro com o cheiro do papel Pólen Soft embriagando minha alma numa letra rápida e experimentando o vocabulário agradável. Um livro feito coletânea, mas tão intertextualizado que imperceptível mutação.
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Até pode pipocar aos sopros o e-book, mas quando puder receber um livro em minha casa com dedicatória, temperatura, aroma, superfície e brochura, com certeza vão me dobrar pequeno, em minudência que afaga o ingênuo e destitui a arrogância. Afinal, assim como o leitor rouba a alma do escritor, esse não luta, pelo simples “poder de ser escritor. Apesar de fajuto, é um poder”. E assim “O Morador das Palavras”, embevecido em prosa, acaba se entregando prostituído na degustação do íntimo exposto com genialidade. Por quase nada!
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Agora “Aço e Nada” vai parar numa prateleira de minha minibiblioteca, esquecido entre livros metódicos, de metodologia, metalingüisticos ou metafísicos. No entanto, a sedutora atmosfera sulista, as curvas concretas de Joinville, o vento glorificado, as escolhas e palavras resgatadas, tudo. Tudo vai ficar. Tudo perfeitamente petrificado em “olhares sobre o mundo” que, agora, também são meus.
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encomenda especial: rubens712003@yahoo.com.br
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Rubens da Cunha, natural de Joinville (SC) e colunista no caderno Anexo do jornal A Notícia é autor de “Campo avesso” (Letra-d’água) e “Casa de paragens” (Editora da UFSC). Na web mantém o blog Casa de Paragens.
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música:Pulstar(Vangelis)
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Alex Pinheiro
mas vc está louco???
ResponderExcluirme emocionou com tamanha homenagem.
Muito Obrigada!!!
bjs
a.
merecida, pois!
ResponderExcluirpoesia pura!
dps de brilhantes convidados, senta-se o leitor à espéra de inventOs.
bjo, querido!
tempo sem conta, areia e silêncio: na minha ausência deste blog as dunas sinuosas de postagens-homenagens modificaram-se, cresceram, glorificaram. Venho aqui prestar homenagem também, não às curvas concretas de Joinville, mas ao seu mangue fétido, enternecedor e humano: homens-carangueijos, peixes e plantas retorcidas e chorosas, expectativa e maciez lodosa. Presto homenagens aos inventos - palpitar arfar matar vencer. Palpitar. Vencer. Vencer.
ResponderExcluirAbraços esteitos, e olhares, e mudo falar
Vanildo Danielski
Que maravilha de encerramento, Alex!
ResponderExcluirAdorei as escolhas e o último texto-resenha-louvores. Fiquei com vontade de conhecer o trabalho desse inventor.
Abraços!
oi Alex
ResponderExcluirobrigado por essa resenha, fico orgulhoso e honrado por vc ter escrito esse texto para o meu trabalho. Assim que eu atualizar o Casa, vou anunciar lá. Adorei o título da resenha.
abraços
:D Excelente esse ultimo post...
ResponderExcluirTo ansioso pelos novos inventos!
Nhaa... eu fiz novos pensamentos no meu blog, depois vê lá hauahua.. assim vc nao diz que eu não escrevo...
Sudadis master!
Excelente cada dia mais teu blog!
Abraz
Bela resenha! Parabéns!
ResponderExcluirO livro é realmente muito muito bom. Marcante. Os animais de Rubens afloram em sensibilidade nos escritos dele.
abraços,
Ítalo.
Ai que legal!
ResponderExcluirValeu pela homenagem.
Tem um presentinho pra vc lá no meu. Acho que não é adepto aos "selos", mas fica a minha admiração pelo InventO.
Um beijo!
Uhuu eu ando indo ao céu e ao inferno...
ResponderExcluirMulherzinha devassa! kkkkkkkkk
Muit bom!
beijos
obrigada Alex.
ResponderExcluirAgora deixa a preguiça e toca a inventAr
:)
bjs
Nhááá...demorô pra tu postar di novos seus inventos aki hein...
ResponderExcluirAgiliza aew rapaz...to afim de comentar nos seus posts...nem ki seja na música "...ô Jorgeee...cura uma caretaaa...um rasgo mostra uma facetaaa..." Hahaha (suuuuucessoo) \o/
Bju
PS: Mudou o eskema do seu blog aew neh, fiko xiki xD
Adoro as suas dicas! Santas recomendacoes vc da hein!
ResponderExcluirAposto q como Rubens da Cunha nao vai ser diferente... Estou ansiosa pra por minhasmaos num livro dsses(literamente AS MAOS, no papel e tals, pq gosto mtu dessa experiencia...)
Bjos e muito obrigada pelo blog! XD
=**
Um invento extraordinário.
ResponderExcluirUm baú de achados e "ganhados"!
beijo, parabéns pelo blog e pelos amigos q escrevem (tb) tão bem!
Gisele
www.inventandoagentesai.blogspot.com