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terça-feira, 21 de abril de 2009

o drama do espantalho

Aguardava mais um grupo de crianças. Seria o terceiro e penúltimo grupo de crianças. Embora eu tenha comigo uma sensação estranha de que em verdade aqueles sim deviam ser passarinhos; eles andam se disfarçando de criança. Sim, pois com os avanços não é nada duvidoso que seja possível.

Mas não me deixei ser comido pelos meus pensamentos furtivos e perturbadores. Tinha o meu pé coberto de palha e folhas secas de bananeira. Numa última averiguação, atento-me para a possibilidade de estar com a braguilha aberta, muito comum quando se trata de uma calça xadrez opaco, envelhecida e abandonada pelo dono da fazenda. Apanho a vassoura, estico o braço esquerdo e acompanhando com o direito prezo a posição consagrada e cansativa do espantalho crucificado; o altivo fiel e pai defensor, o guardador das folhas, o esquecido protetor das hortaliças.

Eles chegam em silêncio como que prevendo meu súbito despertar, organizam-se no silêncio dos malfeitores. Um silêncio próprio das más intenções, pois que eles vivem as primeiras experiências barrocas do estar humano, num querer tocar o ser estranho, mas temer sua demência. Eu finjo meus sonhos, eu engano meu ronco, minto meu sono, mas não disfarço meu delírio; estou com náuseas talvez, ou enjôo, ou ainda um misto disso, não sei...

Desmaio.

Permaneci, segundo amigos próximos, cerca de 30 segundos desacordado, e não vou negar que foi uma experiência incrível. Durante 30 segundos devo ter descansado cerca de 37 horas. Foram 30 segundos que me levou a cavalgues numa história sem fim de brotar inveja em Bastian Balthazar Bux. Tudo de tamanha intensidade que me deixou torpe quando voltei.

E voltei.

Voltei com uma tremedeira incontrolável e lapsos de palavras, pois ainda pensava na intensidade de tudo aquilo que acabara de acontecer. Pensava na maneira como me levantei. Pensava na maneira como tudo ficou tão comum e sem importância. Devaneei todos me olhando sem imaginar o surto surreal que acabara de vivenciar; minha fantasia mais real. Mas acabou que voltei. Voltei foi mesmo com mais vontade de quebrar termômetro pra observar o mercúrio segregado, das vezes que pegava um palito de dente pra movimenta-los no propósito inconsequente de querer unir em mesma matéria. Voltei foi numa vontade cozida e insana de abandonar projetos desgastantes, ignorar amigos contraditórios e deixar pessoas desagradáveis falando sozinhas. Não sou vilão, mas eu voltei e gosto da idéia de estar aqui ainda. Voltei assim meio sem medo de muita coisa.

imagem: Eufrásio (Vanessa Souza in Freela por Fernando Henrique Campos)
música: Sonhos de Um Palhaço [Caio Mesquita (Antônio Marcos)]
.
Alex Pinheiro

11 comentários:

  1. Experiência que me mete medo...
    Porém, me enche de curiosidades...
    Um desmaio leva a tudo isso?
    Sei lá, acho que estou precisando desmaiar há muuuito tempo...
    ...mas penso eu, que para acordar em outro mundo!

    Beijos!

    "Xô, xô...passárinho!"

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  2. Guerreiro, nunca vi cena tão perturbadora, e que me marcasse por tantas horas quanto aquela, de um espantalho desligado despencando entre as palhas do seu milho. Quando caiu percebi e despercebi ao mesmo tempo, e fiquei no vácuo criativo de 30 segundos, onde tudo parecia diferente e idiferente ao mesmo tempo, também uma experiência trancedental, como se eu também me sentisse desmaiado de consciência, mas acordado de corpo. Não faça mais isso. Por favor. Como se pudesse controlar...

    Abraços!

    "Xô, xô...passarinho!"

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  3. Coisas que não imagino acontecendo!
    Não faça mais isso. Por favor [2]

    "Fuja, fuja ...passarinho!"

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  4. aiaiai...kerido
    SAUDE E INSANIDADE
    é o que te desejo..
    mas cuidado com biruttices...

    OCÊ É PASSARINHO?

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  5. AH...
    E BOTA INSANIDADE NISSOOOO
    ESKECI DE ASSINAR
    MAS VC DEVE SABER Q SOU EU
    BJO
    PIPOCA!

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  6. À coisas que só a nós é que faz bem, acreditar nelas, pois por momentos, são os outros, que acabam com toda a nossa "fantasia", a "fantasia" de acredita que é possível, aquilo que te faz crescer a mente!
    Muito bonito texto:D

    |desculpa a invasão|

    beijo_O

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  7. Tudo o que de momento nos é desconhecido, mete medo.

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  8. Alex, parece um texto legal, mas não tem como mudar a fonte? Te cuida.....
    Seu mano.
    Ricardo Pinheiro

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  9. É isso aí Alex,valeu pela mudança na fonte,texto legal.
    Experiências vividas jamais serão esquecidas!!!!!!
    De novo.Se ou Te cuida, rapaz...
    Rica Pinheiro

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  10. hehe, gostei da "volta".
    tais me devendo um curta :))

    abraços
    Rubens

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